segunda-feira, 31 de março de 2008
Ainda em Angola
quinta-feira, 20 de março de 2008
Primavera a bordo
Falando mais sobre aquilo que está ao alcance da minha visão, verifico que os animais marinhos prosseguem a sua jornada, tranquilos nas águas, fazendo as suas visitas constantes, dando-nos o prazer da sua companhia. Para falar verdade, os únicos seres vivos que se aproximam daqui, além dos humanos, são mesmo os peixes que, curiosos e atraídos pela luz nocturna ou pela comida despejada, tornam os nossos dias mais felizes, mostrando-nos que não somos os únicos a desfrutar daquilo que a Natureza colocou ao nosso dispor.
A minha visão pode estar limitada ao grande oceano mas o meu pensamento encontra-se no cantinho onde cresci, aquele que agora renasce de vida e de alegria. Além do mais, sei que esta Primavera vai ser especial, que a felicidade vai inundar ainda mais o meu mundo, que é o mesmo de todos aqueles que me têm no pensamento. Para todos esses, uma Feliz Primavera!
Últimos dias
Neste interregno, está prevista a minha crew change, pelo que conto ir para casa nos próximos dias. A única coisa de que dependo, uma vez que já tenho a confirmação de que o colega que me virá substituir estará a caminho amanhã, é do visto no passaporte, pois, segundo informações da base, os Serviços tiveram problemas informáticos e ainda não deram andamento ao meu processo. Pelos vistos, a herança deixada pelos portugueses, inclui a burocracia; ao mesmo tempo que em Portugal se começa agora a inverter a tendência de burocratização em alguns sectores, por aqui ainda vigora o “(des)funcionalismo público”. O que vale é que esta será a última vez (assim espero…) que estarei dependente de vistos, aqui em Angola, pois este já será um visto de trabalho, válido por um ano e renovável.
De qualquer forma, fazendo um balanço deste mês, penso que evoluí tecnicamente, em alguns aspectos, uma vez que encontrei equipamentos novos e tive de aprender a utilizá-los, ao mesmo tempo que vi e acompanhei operações diferentes, como o coring. Por outro lado, trabalhei em condições mais difíceis do que estava habituado, o que influenciou um pouco o meu estado de espírito, embora não o suficiente para me fazer desanimar em algum momento. A minha força de vontade é superior às dificuldades e não tremo perante a dureza do trabalho que escolhi. Também tenho um motivo forte para ir embora: o evento que se aproxima a passos largos deixa-me ansioso e talvez tenha sido isso que me fez sentir um pouco mais de saudade e tensão. Saber que os últimos pormenores do casamento têm de ser tratados e eu só podendo dar opiniões e não podendo fazer muito mais, tornaram estas semanas mais complicadas. No entanto, tenho tido a felicidade de ter comunicação e conseguir acompanhar tudo. Além disso, sei que os assuntos estão entregues nas melhores mãos e que tudo vai suceder como desejamos.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Perfuração e café
Neste poço que estão a furar, a quantidade de amostras que temos que preparar é bastante. No entanto, o intervalo de amostragem é alargado e, uma vez que não furam com grande velocidade, não é necessário ”correr” muito… Também tenho de reconhecer que a ajuda do sample catcher é preciosa e permite que me possa dedicar mais a ajudar o Data Engineer, verificando parâmetros, preparando relatórios e monitorizando o sistema de gás.
Numa unidade de Mudlogging com portugueses e/ou italianos, não pode faltar o café. Para o preparar, é necessário alguma criatividade e o pequeno fogão eléctrico em que se secam as amostras é o local apropriado para isso.
Desta vez, fui eu quem trouxe a cafeteria (oferta da Tia Alice – Obrigado, tia!), pois já sei que todos querem café mas todos esperam que seja o outro a lembrar-se!
Ao fim de um dia de perfuração, com amostras para recolher e sistema de gás para controlar, a sujidade é incontornável, ainda para mais neste caso em que a “lama” é à base de óleo. O calor que faz, principalmente nos shale shakers, também faz os seus estragos.
Nada melhor, depois de 12 horas num vai-vem constante, do que um banho morno (sim, já temos água quente…) para acalmar o corpo e um sono tranquilo para recuperar forças. Nem o barulho ou o movimento da sonda me roubam esse prazer de adormecer sentindo que valeu a pena mais um dia longe dos que amo. E que também é menos um para voltar a estar perto deles…