terça-feira, 23 de outubro de 2007

Milão

A semana passada estive em Milão, tal como tinha anunciado. A viagem valeu pelo curso de Senior Mudlogger e, como seria de esperar, pela cidade. Apesar de não ter tido muita oportunidade de passear pelo centro, ainda consegui lá dar um saltinho para visitar o Duomo e a famosa e cara Galeria Vittorio Emanuele II, com as suas lojas de luxo.

A catedral continua em obras, mas ostenta a sua beleza eterna e não deixa de ser o ponto mais fascinante de Milão. A praça encontra-se sempre cheia de visitantes e os locais utilizam-na como ponto de encontro para uma conversa de fim de tarde.

Durante a minha estadia, apenas passei a primeira noite no centro, tendo ficado, nos dias seguintes, numa pequena e simpática vila, a cerca de 10km do centro, chamada Melegnano. O hotel tinha um aspecto rústico bastante agradável e condizente com o resto do ambiente. O restaurante servia um jantar buffet extraordinário e fiquei a saber que se encontra entre os melhores de Itália. Todos os dias estava disponível um manjar digno de um rei, recheado de pratos tradicionais italianos, bem ao meu gosto. Escusado será dizer que o mais difícil é mesmo escolher...

Dando umas voltas pela vila, pequenos pontos iam chamando a atenção: as paninotecas sempre com pão quente a deixar o seu aroma no ar, as charcutarias com milhentas variedades de fiambres e queijos, as igrejas e, no centro de tudo, um castelo medieval, parcialmente destruído mas, pelo que entendi, em reconstrução.

Os dias passaram rapidamente, com o curso a ficar um tudo-nada áquem do esperado por todos, embora tenha valido a pena para poder ficar com uma ideia mais clara das várias situações que podem ocorrer no nosso trabalho.

Na última noite, fiquei num hotel numa outra cidade, perto do Aeroporto de Malpensa. A cidade de Gallarate situa-se 40km a nordeste de Milão e deu a sensação de ser habitada por bastantes imigrantes árabes e indianos. O jantar foi num restaurante cino-italiano, onde a ementa escolhida foi, imagine-se, um crepe chinês e uma pizza. Um conceito interessante que une dois tipos de cozinha diferentes mas ambos do meu agrado.

Desta cidade tem-se uma panorâmica dos Alpes e o frio que de lá vem já se sentia.

O regresso para Portugal foi no passado Sábado, com a partida a ter lugar quase duas horas depois do horário previsto devido, segundo informações no aeroporto, a atraso na saída do avião de Lisboa.

No final, a experiência valeu a pena, quer a nível profissional, quer a nível pessoal. Para mim é sempre bom conhecer pequenos lugares, pois são estes, no meu ponto de vista, que nos mostram a verdadeira essência de um país.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Finalmente...

Ontem à tarde recebi finalmente a convocação que esperava já há 3 meses: fui chamado para ir fazer o curso que me vai possibilitar subir mais um pouco na carreira!
Tal como já havia dito, o meu objectivo mais próximo, em termos profissionais, é passar a Data Engineer (Diagrafista ou Engenheiro de Dados, em português). Por isso, a oportunidade de realizar um curso que me dá, pelo menos no papel, essa categoria, é, sem dúvida, um facto que me deixa bastante entusiasmado. E, sendo verdade que para mim é importante evoluir na carreira a nível profissional (e digo desde já que esse é o objectivo que mais procuro), não deixa de contar a nível económico, pois esta possível progressão vai proporcionar-me, e à pessoa com quem estou a construir o meu futuro, um nível de vida relativamente melhor.
É claro que não quero parar por aqui, há mais barreiras a ultrapassar e posições para conquistar! Parece uma batalha mas encaro o meu trabalho duma forma pacífica. Apenas quero dar o meu melhor, sem passar por cima de ninguém, nem mesmo de mim e das minhas capacidades...
Bem, a verdade é que viajo para Milão, onde está sedeada a GeoloG, já neste fim-de-semana, ficando lá uma semana. Não devo ter muito tempo para visitar a cidade, pois a sede fica a alguns quilómetros do centro. No entanto, espero poder tirar algumas fotos e, certamente, terei, daqui a alguns dias, mais algumas histórias para contar. Para já, fica uma foto do Duomo, tirada com o telemóvel, da primeira vez que estive em Milão, onde passei um fim-de-semana de turismo (com tudo pago!) antes de começar a formação inicial para Mudlogger, na GeoloG.


quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Mudlogging

Antes de mais, e para aqueles que não sabem, estou a trabalhar na indústria do petróleo, essa mesma que faz com que o preço da gasolina aumente... Mas não pensem que tenho qualquer responsabilidade nisso! Sim, é verdade que têm de me pagar o ordenado, mas é apenas uma pequena gota no meio do oceano que envolve este negócio...
Até este momento ainda só tive a oportunidade de trabalhar on shore, em sondas (rigs) terrestres. Quem já esteve em plataformas marinhas diz que a experiência é óptima, apesar de cansativa... As condições são, duma forma geral, melhores, o que se compreende, pois ver apenas mar durante tanto tempo seguido deve ser um pouco "de loucos"...
O meu trabalho, propriamente dito, consiste, basicamente, na recolha, preparação e análise das amostras de rocha cortada (cuttings) que vão chegando à superfície. Os objectivos principais são a descrição das formações atravessadas e a identificação de hidrocarbonetos. Este é o local onde é feita a recolha das amostras (os chamados shale shakers):

Mas na unidade existe ainda mais trabalho, sem ser este. Como referi anteriormente, existem 2 ou 3 postos na unidade, sendo que o Mudlogger, caso exista Sample Catcher, deve dedicar-se a outros trabalhos, uma vez que este ajuda com a recolha e preparação das amostras.
Esta é a área de trabalho do Mudlogger, com o microscópio e o computador em plano de destaque, por serem as ferramentas principais do nosso trabalho:


A unidade está equipada com computadores que monitorizam, através da colocação inicial duma série de sensores, todos os parâmetros do furo que está a ser efectuado. Tudo o que se passa na sonda é seguido por nós, pelo que temos de ter atenção constante a qualquer variação, para se poder avaliar riscos e falhas. A detecção de gás é um dos objectivos principais da monitorização, de forma a poder prevenir "blow-outs", ou seja, explosões de fluídos, gases ou água.
A compilação de todos os dados armazenados e a interpretação de litologias, tendo em conta os parâmetros utilizados para fazer o furo, é o trabalho principal do Data Engineer, auxiliado pelo Mudlogger, que introduz dados relativos às amostras. O objectivo deste processo é o de se fazer um Log que mostre a geologia do local furado, permitindo a avaliação dos potenciais reservatórios petrolíferos.
Duma forma básica, é desta forma que se processa o meu trabalho nas sondas. Claro que muito mais há para dizer mas, caso tenham alguma questão, estejam à vontade para a colocar, pois terei muito gosto em esclarecer quem estiver interessado em saber mais sobre uma indústria que, quer queiramos quer não, influencia todo o mundo. Atrevo-me a dizer que é esta a roda que faz girar o mundo, neste momento...