quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

De volta ao Congo

Depois de estar em casa há quase 5 semanas, está a chegar o momento de voltar ao trabalho.
Tal como da última vez, irei para o Congo. A viagem está já marcada para o dia de Carnaval, chegando a Pointe Noire na manhã seguinte.

Segundo as informações que tenho, desta vez irei para uma sonda em terra, trabalhar para a ENI. Não é que me importe de estar com os pés firmes em terra, mas a verdade é que já me habituei ao trabalho offshore e a experiência mostrou-me que a vida é mais agradável no meio do mar do que na selva, principalmente ao nível das condições de alojamento e refeições, já para não falar do facto de não ter que viajar todos os dias para chegar ao local de perfuração...

Outra coisa que me deixa um pouco desiludido é o facto de ainda não saber se vou ter condições para continuar os meus treinos, numa fase em que, apesar de alguma preguiça em casa, estou a começar a ver resultados e a sentir-me preparado para enfrentar as primeiras provas. Não quero perder ritmo e ganhar novamente quilos mas tenho esperança de que alguma solução se arranje, quanto mais não seja correr à volta do acampamento.

As comunicações também não devem ser tão boas mas isso é algo a que me adapto facilmente. No fim de contas, vai ser bom ter mais uma nova experiência.

Quanto a estas semanas em casa, devo confessar que 5 semanas, por pouco que pareça, é bastante, até um pouco demais. Ou era eu que já estava habituado a rotações de 3 semanas e agora me sinto desorientado por me ver em casa sem saber o que fazer com o tempo, ao mesmo tempo que a preguiça se apodera de mim. Claro que agora vou sentir que o tempo nunca mais passa, no trabalho, e esse é o reverso da medalha. Tudo acabará por correr bem, eu sei, mas não consigo deixar de pensar que este é mesmo o espírito humano: nunca estar satisfeito! A verdade é que estou. Tudo tem melhorado na minha vida e não tenho razões para me queixar, olhando para o mundo, com as crises, desastres naturais e tudo o que as pessoas têm que passar para aguentar mais um dia, inclusive no Congo...